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Se não tem cura para a droga.. Cure a si mesmo.



Um dos aspectos que fazem um dependente químico ficar preso à droga é que ele a tem como um referencial de prazer e alívio para suas angústias.


Nada resiste à descarga dopaminérgica da droga naquele momento de uso, principalmente a primeira dose do dia. Ela eleva a sensação de prazer ao topo, logo o dependente químico tem.

Naquele momento, alívio das dores pelo prazer imediato. Eu mesmo já tive experiência de dizer na hora da primeira dose: “não tem” nada mais “gostoso” do que isso. Enquanto a droga fazia seu efeito, a sensação de bem-estar e prazer percorria todo o corpo.


Mas entrando no assunto proposto, o dependente químico olha para a droga com esse olhar: alívio e prazer imediato e o grande problema é que é bem imediato mesmo, logo a realidade da droga se manifesta e a loucura e o descontrole se estabelecem, psicose e neurose são seus principais sintomas.


Muitos perguntam sobre a cura na dependência química, principalmente o dependente e a família, pois se houvesse cura, a esperança seria maior dentro desse quadro patológico.


A minha pergunta é: do que o dependente tem que ser curado?


Da droga como prazer e alívio ou das angústias emocionais, psicológicas e psíquicas que, ao perturbarem sua mente e emoções, o levam até o processo de drogadição como proposta de alívio e prazer das tensões causadas por ela?


No meu fundo de poço, um jovem cheio de dores, traumas, tensões, medos, culpa (pela morte do pai), pânicos, pulsões, a droga era minha vida, literalmente eu vivia para usar e usava para viver. Minhas dores e angústias me levavam até a droga e a droga me retornava até elas novamente, já não havia mais prazer em viver, era o fim da linha. Eu não aguentava mais. Me interna... foi o meu grito, minha confissão de impotência após 16 anos de uso.


Eu decidi me tratar, e pela primeira vez eu estava colocando para fora as minhas angústias, as minhas dores, as minhas culpas, os meus fetiches, os meus delírios.. Eu percebi que, ao serem jogados para fora e tratados, a compulsão e a obsessão pela droga foram cada vez mais diminuindo, percebi que a droga foi perdendo sua referência de prazer e alivio, pois eu estava tratando na raiz da doença. A vida é foda e sempre traz quebra-cabeças, mas hoje eu não penso na droga como alívio, mas como destruição.


Por que estou falando tudo isso?

Cura no conceito psicanalítico não é inserir o sujeito em um esquema de normalidade ou normatividade que seja alheio ao desejo do próprio sujeito, Não é uma panaceia (solução para todos os problemas), Não é um “ensino”, algo que se ensina a outra pessoa, nem mesmo um analista pode ensinar a cura a um analisando.


Cura na psicanálise é a diminuição das dores psíquicas, do ódio, da raiva, da culpa, da angústia, do trauma em si, e ela pode ser vista pelo aspecto qualitativo (mudança do estado de consciência) e pelo processo quantitativo (do quantum de dor do sintoma).

A psicanálise tem como objetivo tornar consciente o que estava inconsciente, isso inclui ampliar a visão do sujeito sobre si e sobre seu mal-estar.


Portanto, cada vez que eu me vejo e aceito e busco ajuda, mas eu vou sendo “curado” (melhorando) de mim mesmo e em mim mesmo.


Cadê a droga? Onde ela contribui nesse processo? Assim como nada resiste ao prazer imediato da droga, nada resiste à consciência e aceitação de si mesmo, a droga entra em caducidade, um agente desnecessário para o caminho de "cura" das doenças psicogênicas, as doenças da alma.


Eu desejo que você entenda isso, e que você se aceite, que você se ame e que você se trate, e eu tenho certeza de que existirão poucos motivos para que a droga tenha lugar em você.  


Luciano Ribeiro.


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